terça-feira, 29 de maio de 2018

Á ESPERA


À ESPERA
Meus pais me disseram que iam viajar  e que voltariam em poucos dias, tinha seis anos, hoje tenho trinta anos, e até hoje não sei o paradeiro deles, às vezes sonho com eles voltando, naquele fusca vermelho,  felizes me tomando em seus braços me abraçando e me  beijando, acordo, caio no choro. Há anos em vão os procuro, como outros filhos de desaparecidos políticos, nada de resposta, continuam insepultos em uma vala comum, mas quanta dor isso me causa!



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