terça-feira, 29 de maio de 2018

A MORTE DA POESIA


                            A MORTE DA POESIA

A poesia saiu a caminhar pela cidade e tinha chovido,
veio um carro em alta velocidade e jogou lama na poesia,
em seguida veio um carro velho e jogou dióxido de carbono na cara da poesia,
como vivia no mundo da lua, quase foi atropelada por um motoqueiro que a xingou:
-saia do meio da rua, filha da puta.
veio a bicicleta que desviou dela numa fração de segundos,
veio o cavaleiro esporeando seu animal e quase a pisoteou,
a moça que sonhava com seu namorado nem deu bom dia,
o político que cumprimentava seus eleitores, nem a reconheceu- poesia não dá voto.
A louca a falar mal dos problemas da cidade a xingava- vá caçar serviço sua vagabunda!
O policial quase a prendeu por vadiagem,
os cães a lambia,
o pedreiro nem dava importância, tinha paredes a levantar,
o gari quase a varreu,
o professor, imagine fez troça, afinal era de exata,
o homem de negócios a odiou,
não cogitava a hipótese de perder tempo
a municipalidade pensava seriamente em decretar a sua inutilidade pública,
e varrê-la através de decreto municipal para outras bandas.



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