terça-feira, 12 de junho de 2018

ÓRFÃOS


Debaixo de mim a cidade dorme:
Adormece as suas picuinhas,
As suas misérias.
Os vira-latas quebram o silêncio,
Talvez solitários, talvez no cio.
Em algum lugar os amantes roçam
Seus corpos libidinosos.
Abro a janela, garoa. Garoa fina e cortante.
È meia noite? Uma hora?
Sei lá!
Talvez os meus fantasmas respondessem.
Adoráveis fantasmas!
Companheiros inseparáveis.

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